A Arena das Dunas, principal espaço esportivo do Rio Grande do Norte, comemora dez anos de inauguração, como referência nacional em gestão e estrutura. O equipamento, palco de jogos da Copa do Mundo de 2014, é hoje um centro de prática esportiva, shows, eventos corporativos, congressos e feiras. A Arena também ganhou destaque como um dos pilares econômicos de Natal, contribuindo significativamente para a economia local ao gerar empregos e renda, tanto para a capital quanto para o Estado. Um estudo conduzido pela FIPE revelou que a Arena das Dunas proporcionou uma receita financeira estimada em até R$ 2,3 bilhões para Natal e o Rio Grande do Norte até 2020. Ao longo de uma década, o estádio sediou 330 partidas de futebol e hospedou diversos eventos, incluindo shows musicais e conferências, totalizando 1.906 dias de ocupação.
O diretor-presidente da Arena das Dunas, Ricardo Ferreira, destacou conquistas da primeira década da arena. Confira:
Que balanço o sr. faz desses dez anos? Que conquista destacaria?
A
Arena é um case de sucesso. Nesses 10 anos, a arena se transformou, e
se tornou hoje parte da cidade de Natal. Hoje a Arena das Dunas é um
cartão-postal, a gente conseguiu números que hoje são referência do País
em termos de ocupação e aproveitamento, sendo hoje a única arena do
Brasil que tem ISO 55001, que é uma certificação de gestão de ativos, é
algo que significa muito trabalho, organização, que toda a parte de
procedimento tem que ser de acordo. Para se ter ideia, hoje a Arena das
Dunas é referência de outras arenas do País, como Mineirão e outras que
acabam vindo até aqui para aprender com o que a gente faz. A gente
tentou acoplar a questão do futebol e entretenimento e às vezes
simultaneamente, acaba chocando e a gente acaba tendo que fazer tudo num
pouco espaço de tempo. A gente tenta sempre adequar a necessidade,
futebol e tudo mais com nossos clientes e produtores no espaço que
temos. No ano de 2023, passaram aproximadamente 1 milhão de pessoas em
público, falando em estacionamento, praticamente uma Natal passa pela
Arena. Nesses dez anos, acho que a gente pode colocar como uma grande
conquista é o fato de que todo mundo se sente parte da Arena. No último
ano, a gente lançou um projeto de marketing que é a “Arena é Sua” para
que todo mundo se sentisse parte da Arena. Hoje, a gente pode colocar
com orgulho isso, de saber que a Arena hoje é algo que todos se sentem
bem na Arena, é uma referência de trabalho bem feito e é bem querida por
todo mundo.
A Arena se consolidou como praça de futebol, shows e eventos. Essa diversidade é o diferencial?
Hoje
as arenas em geral têm que diversificar mais ainda suas atividades. O
ideal seria entretenimento, futebol e corporativo ao mesmo tempo, mas
cada uma tem sua particularidade. Aqui temos duas grandes equipes hoje
aqui, que são as maiores: América ABC, embora 90% do mando de campo,
quem joga mais na Arena é o América, então o futebol não tem um
calendário fixo, então a gente sempre tenta adequar o futebol, que é
importante, é uma paixão, com o entretenimento, mas é difícil às vezes
que as datas não se encaixam e a gente tem que fazer uma mágica. Por
exemplo, temos um evento num dia e no dia posterior tem futebol e tem
que desarmar em 24 horas uma estrutura que demorou duas semanas para ser
montada. Às vezes vem um time de fora jogar, nós inauguramos o gramado
com o jogo do Flamengo para 25 mil pessoas e foi um sucesso. Queremos
trazer mais jogos com esse, justamente para poder ocupar parte desse
tempo com o futebol que é o que muita gente gostaria. A gente torce
muito para que os nossos times avancem e a gente possa dar todo o
suporte necessário para atender essa demanda. A Arena consegue de forma
simultânea sediar eventos, teve fim de semana com seis eventos, sendo um
dia com quatro, às vezes acontece de ter jogo, um parque montado e
ainda ter o Domingo na Arena que são três eventos grandes. Quem vai para
um, de forma alguma sente que está tendo outra coisa lá. Em 2023 a
Arena teve 238 dias de ocupação, é como se a cada dois dias, você
tivesse dois eventos. Como a gente pode ter cinco eventos simultâneos, a
gente pode ter cinco ocupações, o que não quer dizer que são cinco
dias. Isso a gente está falando de eventos, se for falar de atividade,
nós temos o ano inteiro, com os escritórios e uma estrutura que tem
desde academia de crossfit até clínica de crianças.
Para o futebol, qual a estrutura hoje?
O
que a Arena coloca é trazer o que há de melhor para que os times joguem
da melhor maneira possível, a gente tem o melhor e mais moderno gramado
do Brasil. Estamos mudando o sistema de iluminação da Arena, vamos
implementar um sistema de iluminação LED, substituindo o atual sistema
de iluminação de refletores que já está em processo de desuso. Tentamos
trazer o que há de melhor, até mesmo para atrair outras equipes que não
são de Natal para jogarem aqui. Viajei agora para São Paulo, retornei
agora na sexta-feira e nesse dia 20 a gente recebe a empresa parceira
Bepass, onde vamos colocar 100% da entrada da Arena das Dunas com
reconhecimento facial. Isso é para poder facilitar a segurança,
facilitar processo de entrada e isso acaba gerando mais segurança para
aqueles que acessam a Arena. Essa mesma empresa implementou no Allianz
Parque, em São Paulo, esse acesso, o que ajudou, inclusive a capturar
pessoas procuradas pelo Sistema de Justiça, porque esse sistema tem
integração com a Segurança Pública. Dia 20 de março chega a equipe e
deve implementar isso em 30 dias, então até o final do mês de abril já
deveremos ter implementado a entrada com reconhecimento facial em toda a
Arena da Dunas.
Quais são as perspectivas para 2024 e 2025?
Estamos
numa grande crescente. Em 2023, batemos todos os recordes, em 2024
esperamos ampliar em 20% os resultados do ano passado, captando agora o
primeiro naming rights da Arena. Estamos trazendo uma parceria com uma
empresa que vai fazer o processo de exclusividade de bebidas para a
Arena, sempre trazendo novos parceiros para a gente tentar diversificar
ainda mais as atividades da Arena. A nossa tendência agora é tentar se
aproximar ao máximo das maiores arenas do Brasil, fazendo parcerias,
para trazer mais eventos, mais jogos e tudo que há de mais moderno.
Temos um projeto ainda piloto que é explorar aquela parte do
estacionamento, trazer uma vila gourmet, para poder diversificar um
pouco mais da economia da cidade, já temos alguns parceiros
interessados, estamos apenas viabilizando a questão do custo de
implantação. Estamos em processo final de elaboração de um camarote
exclusivo, que vai ser feito na Arena das Dunas, explorado por uma
empresa que já tem camarotes em todo o Brasil, que é um camarote que
fica 100% aberto, que chamam de fan zone, onde vai ser um investimento
de R$ 2 milhões, onde o público vai ter uma experiência exclusiva com
open food, open bar, nível A, que vai ser explorado não somente na parte
de eventos e shows, mas também no dia a dia, como se fosse um
restaurante aberto, como tem em alguns lugares da Europa. A carta de
interesse já foi assinada.
O Brasil é um dos candidatos para sediar a
Copa do Mundo Feminina 2027. Caso seja escolhida pela FIFA, a Arena vai
brigar para sediar também esse evento?
A gente já tem uma interface
com alguns players de tentar ser um facilitador de que a Arena está à
disposição para sediar qualquer tipo de evento de futebol. Já estamos em
contato, mas a gente não pode garantir porque essa é uma questão mais
política e a política do futebol está um pouco nebulosa em função do que
aconteceu na CBF recentemente. A Arena da Dunas hoje é uma das mais
aptas a receber esse tipo de evento.
Nosso
futebol local tem um contexto diferente do que tinha há dez anos. Como
as situações do futebol de ABC e América influenciam na gestão da Arena?
A
Arena é neutra, está à disposição de qualquer time do Rio Grande do
Norte jogar. O América é um parceiro e oferecemos sempre o melhor, o
ABC, no passado, jogou em três ocasiões, Baraúnas jogou recentemente e a
Arena tenta ser a mais parceira possível. Não faz parte do nosso
negócio investir nos clubes, mas o que puder oferecer em nível de
estrutura para que os clubes joguem nós fazemos. Nossa intenção é ser o
mais receptível, lógico que a gente torce que os times melhores e eles
estão focados nisso para trazer mais resultados. A gente aposta e pensa
no melhor para que os clubes avancem e evoluam e ficamos à disposição.
Eu enxergo que a médio e longo prazo esses clubes vão se adequar às
realidades das SAFs, o América já tem, e estar pouco a pouco melhorando
seus times, sua estrutura, e trazendo melhores resultados esportivos
para as torcidas. O que nós fazemos é oferecer o melhor ecossistema para
os torcedores, com um espaço moderno, oferecendo uma estrutura para que
o torcedor tenha um acesso rápido de bebidas e comidas, para que ele se
sinta em casa. Estamos sempre em evolução para que o torcedor tenha a
melhor experiência.
postagem da TribunadoNorte
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